29 agosto 2011

Degelo acentuado abre duas rotas de navegação no Árctico



As imagens de satélite mostram que se aproxima outro ano abaixo da média no que diz respeito à cobertura de gelo no Árctico. O degelo durante os meses de Verão abriu duas grandes vias para a navegação no Oceano Árctico.

Em 2008, os satélites registaram a abertura simultânea da Passagem do Noroeste e da Rota do Mar do Norte, pela primeira vez desde que se iniciaram as observações de satélite, nos anos setenta; agora ocorreu novamente. 

A Rota do Mar do Norte, por cima da Rússia, tem estado aberta ao tráfego marítimo desde meados de Agosto; e agora parece estar também aberta a Passagem Noroeste, de acordo com observações de satélite recentes.

“Ainda faltam três ou quatro semanas para que se alcance o mínimo de cobertura de gelo, e o que vier a acontecer dependerá muito das condições meteorológicas no Árctico estas semanas”, disse Toudal Pedersen, investigador do Instituto Meteorológico Dinamarquês.

“No entanto, quer alcancemos um mínimo absoluto quer não, este ano confirma-se que estamos num novo regime, com muito menos gelo que anteriormente, durante o Verão.

“Nos últimos cinco verões tivemos as coberturas de gelo mais escassas alguma vez registadas”.
Todos os anos, por cima do Árctico forma-se uma grande cobertura de gelo flutuante que depois se derrete, só que a taxa de degelo foi acelerada.

Durante os últimos 30 anos os satélites que observam o Árctico registaram reduções na cobertura mínima de gelo, no final do Verão: dos 8 milhões de quilómetros quadrados no início dos anos oitenta, ao mínimo histórico de menos de 4,24 milhões de quilómetros quadrados em 2007.

El Niño (em que consiste?)

O El Niño é um fenómeno oceano-atmosférico que influencia o clima regional e global, mudando a circulação geral da atmosfera e constituindo-se como um dos princpais responsáveis por anos secos. Este fenómeno surge com o aquecimento das águas superficiais do sector centro-leste do Oceano Pacífico, predominantemente na sua faixa equatorial. Este fenómeno ocorre com intervalos médios de quatro anos e pode durar entre 6 e 15 meses.




A influência do clima nos conflitos armados

Sempre se tentou relacionar acontecimentos climáticos e meteorológicos a conflitos, guerras ou fins de civilizações, desde a queda do império Egípcio em 2180 a.C. até à Revolução Francesa, em 1789. O que agora uma equipa de cientistas acrescentou foram números que mostram que o fenómeno climático El Niño faz duplicar as probabilidades da existência de guerras e conflitos civis nas regiões do globo que sofrem os efeitos do aquecimento das águas do oceano Pacífico. O estudo publicado nesta quarta-feira na edição online da revista Nature defende ainda que um quinto dos conflitos no mundo desde 1950 está associado de alguma forma a este fenómeno.

“Tradicionalmente, pensa-se que os fenómenos socioeconómicos são os principais responsáveis pelos conflitos. O que é surpreendente no nosso estudo é a capacidade que o clima global tem para provocar violência”, disse ao PÚBLICO Kyle Meng, da Universidade de Columbia, Nova Iorque (EUA) e um dos três investigadores responsáveis pelo estudo.

O El Niño serve como modelo perfeito para estudar a dicotomia entre guerras e clima. Acontece a cada três a sete anos, faz subir as temperaturas e diminui as chuvas nas zonas dos trópicos, e é alternado pela La Niña, que se traduz por um arrefecimento das águas do Pacífico, e que inverte a situação meteorológica dos países afectados pelo El Niño.

Os investigadores dividiram os países da Terra num grupo afectado pelo fenómeno e noutro não afectado. Depois mediram os conflitos civis desde 1950, partindo do princípio que um novo conflito num país tinha que estar temporalmente separado do anterior por dois anos e tinha que ter sido responsável por pelo menos 25 mortos. Os dados incluíram ao todo 234 conflitos, mais de metade matou acima de mil pessoas.

Antecipar crises

Os resultados mostram que nos anos de El Niño, os países que estão sob a sua influência climática duplicam a probabilidade de três para seis por cento de iniciarem um conflito civil. No grupo de países que não estão sob o jugo do El Niño — Europa, Ásia e parte da América do Norte —, a probabilidade do início de uma guerra civil é sempre de dois por cento ao longo dos anos. “É muito difícil dizer se estes países são mais pacíficos porque estão menos expostos aos efeitos do El Niño ou porque têm instituições políticas estáveis ou por outra razão qualquer”, disse Meng.

O estudo conclui também que nos últimos 60 anos, o El Niño “pode ter afectado” 21 por cento dos conflitos no mundo e 30 por cento dos conflitos nos países susceptíveis ao fenómeno. “O mais importante deste estudo é que olha para os tempos modernos, e é feito numa escala global”, disse por comunicado Solomon Hsiang, co-autor do artigo, acrescentando que as pessoas não podem argumentar que a humanidade está imune ao clima.

Segundo o autor, a crise actual na Somália, onde já foi declarada a fome, é um exemplo perfeito das consequências do El Niño.

Apesar do estudo não fazer uma ligação directa entre os efeitos do El Niño e o início dos conflitos, os autores defendem que já se pode actuar sobre o problema. Pode-se prever o El Niño e “o mundo tem algum tempo de avanço para se preparar para surtos de violência, muito pode ser feito por instituições como a ONU”, disse Meng.

Fonte:publico.pt

Destruição provocada pelo Furacão Irene (imagens)

Times Square - Nova Iorque
 Fotografia: Peter Jones/Reuters


Virginia Beach, VA
Fotografia: Brendan Hoffman/Getty Images

Hatteras Island, NC
Fotografia: Jim R Bounds/AP

Nags Head, North Carolina
Fotografia: Jim Lo Scalzo/EPA

Nags Head, North Carolina
Fotografia: Jim Lo Scalzo/EPA

 Manteo, North Carolina
Fotografia: John Bazemore/AP

Fonte: guardian.co.uk

A formação dos ciclones tropicais (furacão)



Furacão Irene (imagem de radar)


Fonte: wunderground.com


Para verem a imagem em foramato dinâmico cliquem no link:

“A Odisseia de Fernão de Magalhães”